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  • Foto do escritorDesafio História

Como surgiu a Mudança do Garcia?

Atualizado: 20 de set. de 2020


  A mudança do Garcia é uma manifestação tão antiga que até foram criadas algumas lendas sobre sua origem. Uma dessas lendas conta que no Garcia havia uma prostituta que foi expulsa por um nobre filho do bairro, o pai do falecido cantor Riachão e que a expulsão da mulher fez tanta algazarra que no ano seguinte em comemoração a mudança da mulher foi criada a Mudança do Garcia.

Historicamente o famoso e irreverente bloco , surgiu em 1926, com nome de Arranca-Tocos, criados por ex-policiais pois os moradores tinham que arrancar da rua os tocos de madeira restantes das árvores das fazendas do local, logo se tornou Faxina do Garcia pois quando passava “levava todo mundo”. Quem ficava em casa caía na faxina, pois a poeira das ruas de barro invadia as casas. E, nove anos depois, com o calçamento das ruas, a Mudança do Garcia recebeu seu nome definitivo por sugestão do vereador da época Herbert de Castro.

Mudança do Garcia é um bloco aberto que sai todos os anos na segunda-feira de carnaval, no bairro do Garcia, como o nome já diz. Apesar de atualmente ter um forte traço crítico, principalmente relacionado à política, a Mudança começou como uma grande brincadeira, como conta Lourival Filho Nascimento Chaves, o atual coordenador. Uma prostituta moradora do subúrbio, por pressão e preconceito da população, muda-se para a Federação. Logo o acontecimento virou notícia e no ano seguinte, saíram as carroças com instrumentos de sopro e percussão como protesto; “começou a brincadeira”. A brincadeira e a gozação com o ocorrido vieram a criar um espaço de crítica e diversão.

A diversidade é marca registrada da Mudança. Os idosos participam, junto com adultos e crianças, tanto do Garcia, como de outros bairros de Salvador. Não existe restrição alguma; todas as classes sociais são incluídas no desfile que concentra mais de cem mil pessoas nas ruas do Garcia.

De qualquer forma, a Mudança segue como o mais antigo bloco em atividade no Carnaval e com uma categoria única. Não é afro, de trio, infantil ou travestido. “Importante dizer que tinha mudança de todos os bairros Garcia, Massaranduba, Itapagipe. A do Garcia ficou pelo empenho do organizador. Ficou sozinha, e se destacou por ser um bloco de contestação, sátira, para área política. Não se enquadra em nada”, analisa o jornalista e pesquisador Nelson Cadena, autor do livro História do Carnaval da Bahia - 130 Anos do Carnaval de Salvador e colunista do CORREIO.

Imagem da internet:


Segundo a fala de Mário Henrique nas transcrições do desafio de 2018:

“A mudança do Garcia ela começa com o nome faxina e o samba do Garcia é tradicional. Samba no Garcia é tradição, algo muito antigo. A mudança vem de um grupo de músicos que tocavam para guarda civil antiga, eles se reuniam na segunda-feira de carnaval. Segundo meu pai contava, hoje falecido, eles se reuniam na segunda-feira de Carnaval quando não havia nada na cidade e faziam um ensaio e saiam tocando . As pessoas saíram com eles pegando pedaços de coisas que existiam na rua, como galhos de árvore e saiam pelo meio da rua.

E após um tempo, começaram a fazer determinados protestos e foram aparecendo algumas coisas e protestos no tempo o vereador Herbert de Castro, ele pega essa situação desses músicos e dá um upgrade e então ele dá uma visão de bloco aí esses músicos que estavam dispersos e chamou esse bloco de mudança do Garcia. Houve uma adesão de outros lugares e de outros bairros, fazendo a mesma coisa, alguns vieram para aqui e ficaram aqui conosco e outros fizeram no seu próprio bairro. Infelizmente só a mudança do Garcia que continua até hoje.”


Referências:

Transcrições do oguntec desafio de história 2018


Post Por - Daniela Nascimento Dos Anjos.

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